Olá Pessoal!
Para entender este texto, volte um post de bebês!
Chegamos no Brasil numa quarta-feira, carregados de coisas de bebê, fomos parados na alfândega, eu estava muito cansada.
No dia seguinte, eu estava completando 12 semanas de gestação. Já estava planejando como iria contar para a família, mas acordei me sentindo muito mal! Era muito enjôo, intestino esquisito, um mal estar tremendo. Fiquei deitada o dia todo, esperando passar. Até aquele momento eu não tinha experimentado nenhum mal estar por causa da gravidez, nada! Nem um enjôo. Pensei que fizesse parte do pacote e fiquei quieta em casa.
No final do dia quando meu marido chegou, e eu ainda passando muito mal, ligamos para o meu médico que me orientou a ir para a maternidade onde ele trabalha para ser medicada e fazer uns exames para garantir que estava tudo bem. De lá as enfermeiras e o médico de plantão entrariam em contato com ele.
Lá fomos nós, eu com um baita nó na garganta, com muito, muito medo de estar perdendo o meu bebê. O marido se fez de forte, mas depois confessou que também estava morrendo de medo.
Chegamos na Maternidade, fui atendida e medicada super rápido. Eu estava muito desidratada, precisei ficar no soro um bom tempo, até que uma enfermeira entrou e perguntou se eu estava me sentindo bem o suficiente para andar até a sala de ultrassom para vermos como estava o bebê. Eu estava melhor e muito ansiosa para ver o meu filhote.
Gel na barriga, frio na barriga e começou a ultra, foi a primeira vez que eu vi algo, com 12 semanas já é um micro bebê, com bracinhos, perninhas, cabeça, tudo se formando. O alívio foi gigante quando ouvimos o coração e a médica, minha xará Dra. Karina do Piauí, nunca vou esquecer, me disse que estava tudo bem. Ufa!
Aí que começa a parte engraçada. Enquanto ela mexia o palito da ultra na minha barriga, eu vi outro bebê. Mas como ultrassom é meio borrado, confuso, eu achei que era uma imagem espelhada, sei lá! E aconteceu o seguinte e memorável diálogo:
Dra. Karina: – Vocês sabem que são dois né?
Eu: – Não são dois não, é só um, tenho certeza!
Dra. Karina: – São dois sim! (Pensem na voz dela com o sotaque do Piauí que fica mais legal!)
Eu: – Não doutora, essa imagem deve ser de um ultrassom de outra mulher, não?
Enquanto isso o marido pulando pela sala…
Marido: – São dois! São dois! São dois!
Dra. Karina: – Ôxe! Tô lhe dizendo que são dois! E os dois estão vivos e muito bem! Olhe só!
Eu: – Minha Nossa Senhora! São gêmeos!!! Dra.! Acabei de voltar de viagem com enxoval de um só!
Todos caímos na risada, alguns de nervoso e outros pela situação inusitada!
Já na sala do plantonista, ligamos para o meu médico, o plantonista primeiro disse que eu estava bem, medicada, já me sentindo muito melhor, e que tínhamos uma novidade. – São dois Dr.! Eu consegui escutar a voz dele dizendo, O QUE?? Aí eu peguei o telefone e disse que ele estava me devendo um carrinho de gêmeos! (rs!)
Eu tinha consulta marcada com ele para o dia seguinte, para fazer o exame morfológico.
Acordei, e pensei, “Nossa, sonhei que são gêmeos!”, e logo em seguida vi os curativos do soro e medicamentos, a pulseirinha de paciente que ainda estava no meu braço e caí na real. Meu Deus do céu! Eu vou ter gêmeos! Só neste momento que eu entendi a minha vontade louca de comprar as coisas de menina na viagem, só podia ser uma menina!
Quando eu cheguei para a consulta, o Dr. estava sentado na frente do computador analisando inconformado as imagens do meu primeiro ultrassom. Enquanto feijõezinhos, eles estavam um exatamente na frente do outro! E apesar dos inúmeros casos de gêmeos na minha família, não havia nenhum motivo para o médico procurar mais de um bebê. Passou batido.
Quando começamos a ultra, ele olhou e falou: – Não é que são dois mesmo? Tudo perfeito com o morfológico dos dois, ufa! Mas as minhas recomendações e cuidados dobraram. Nada de esforço, sem exercícios físicos, e a característica do meu médico de ser super direto entrou em ação ali. Ele me alertou dos inúmeros riscos de uma gravidez gemelar. Aliás, me informou que agora a minha gravidez era considerada de risco, e que ele precisava contar com a minha obediência em relação às orientações dele. E assim foi, tudo o que ele pediu para eu fazer virou lei!
Agora sim, chegou a hora de contar para a família e os amigos, e já podíamos dar a informação completa! Já estava todo mundo desconfiado, para a família contei ao vivo, com direito a gritos, abraços e chororô. E para os amigos eu mandei a foto do exame de farmácia perguntado o que queria dizer quando apareciam dois riscos… Foi muito divertido! Por que todo mundo me ligou depois da foto e aí sim eu contava que eram dois! Era a maior gritaria no telefone! Uma delicia!
Assim que confirmamos pelo ultrassom que o outro bebê era de fato a minha Nina, marcamos mais uma viagem aos Estado Unidos para fazer o enxoval dela e encontrar um carrinho de gêmeos e outras cositas más.
Com a devida autorização e orientações do médico, lá fomos nós para a minha cidade favorita no mundo! Nova Iorque!
Essa viagem foi bem diferente da primeira, eu ficava cansada muito rápido, nós acordávamos cedo e saiamos para ir nas lojas, voltávamos para o hotel na hora do almoço e eu tirava uma soneca antes do “segundo round”. É super importante respeitar os sinais do corpo para não passar nenhum perrengue.
Foi diferente também, pois nós encaramos como a nossa última viagem como casal, só nós dois. Dali para frente seríamos para sempre quatro! E aproveitamos muito! Super recomendo!
Finalmente a minha menina tinha todos os vestidos, lacinhos e mimos que ela merecia! Mãe é um poço de culpa até antes do bebê nascer. Eu me sentia péssima de ver todas aquela roupas do João e a Nina não tinha nada! (Como se ela fosse usar alguma coisa dentro da barriga, né?). Mas agora tudo tranquilo. Era só esperar.
Continua…
Beijos,
Kaká
Foto: Arquivo pessoal