Oi Casamenteiras, tudo jóia?
Já ouviram alguém dizer que criança implora por limites? Eu ouvi algumas vezes e agora no auge dos dois anos e meio da Nina e do João estou constatando isso na pele. Essa semana eu li uma notícia de uma criança de dois anos e pouco que se recusou a colocar o cinto de segurança em um vôo de São Paulo para Brasília ou vice e versa e causou um atraso de 45 minutos para todos os passageiros. A mãe provavelmente super constrangida preferiu se retirar do vôo.
Minha idéia aqui não é julgar essa mãe, ou esse caso específico, mas será que eu sou durona demais? Ou tem muitos pais e mães por aí que preferem ceder as vontades de pequenos tiranos do que educar e sofrer as consequências disso? Sempre que eu dou uma bronca nos meus pequenos no final eu abraço e digo que amo eles, sempre. Outro dia depois de uma bronca a Nina ficou tão brava comigo que gritava que eu não amava ela não, e que ela também não me amava mais.
Eu pensava que o dia que eu ouvisse isso eu ia morrer de tristeza, claro que não é nada agradável mas olha, eu sobrevivi e na hora não me abalei de verdade, pois fica muito claro que é uma reação deles, eles ficam bravos e reagem, muitas vezes se arrependem do que falam e pedem desculpas. Muitas e muitas vezes eu já cedi também simplesmente por não aguentar mais ouvir gritos, sim isso acontece, mas com coisas bobas do tipo eu quero segurar o meu próprio pote de iogurte, eu (mamãe) não quero por que vai fazer uma baita sujeira, mas se isso vai virar um baita show de horror, e eu estou cansada e não quero lidar, ok! Mas mesmo cansada, exausta, tem coisas que não dá para ceder, tipo o cinto de segurança. Já enfrentei chiliques homéricos por causa de cinto de segurança no carro, e vai gritando, pelo tempo que eles aguentarem, tem coisas que não tem negociação.
Criança implora por limites sim, é visível, eles precisam de alguém que mostre o norte para eles, se esse alguém cede a todas as vontades deles, eles ficam completamente perdidos, inseguros. Eles precisam sentir que tem alguém no comando. Não precisa de violência para fazer isso, não precisa gritar, nada disso, apenas fazer, dar a ordem, colocar o limite e aguentar a consequência, que pode ser um “eu te odeio” bem alto, e na frente da sua sogra, que vai abraçar o seu pequeno e te olhar como se você fosse a bruxa mais malvada do mundo. Ninguém disse que seria fácil criar e educar.
As recompensas de colocar limites desde cedo são enormes, crescer com limites trás segurança para explorar a vida com responsabilidade, transforma a relação entre pais e filhos em uma relação saudável e agradável, com confiança, respeito, amizade. Eu quero muito ser amiga dos meus filhos, quero que eles se sintam à vontade para compartilhar qualquer coisa comigo, mas sempre sabendo que antes de qualquer coisa minha posição como mãe e responsável pela criação e pela vida deles vai prevalecer.
Também não vou aqui “cuspir para cima”e dizer que nunca vou ceder em nada importante para evitar um escândalo maior (eu acredito que seja o que aquela mãe do avião fez), mas levar eles com uma rédea mais curta está funcionando por enquanto, e sem traumas de ambos os lados. Realmente, ser mãe é padecer no paraíso, por mais clichê que isso possa parecer.
Beijos
Kaká