Ao longo dos últimos dezesseis anos tenho dividido a minha vida com o meu companheiro… Não tive uma celebração de casamento e confesso que já senti muito mais falta disso em outros momentos da minha vida do que atualmente. Nunca imaginei que aquela pessoinha que me dava aula de Química no ensino médio seria o cara mais maravilhoso para dividir a minha vida. Sim meninas, eu me “casei” com o meu professor rsrsrs. Ao longo desse tempo tivemos muitas brigas, discussões, nos separamos por quase um ano (mas nunca deixamos de nos falar ou nos ver nesse tempo) e voltamos com a nossa relação!
De tudo o que vivemos, aprendemos principalmente a compreender e respeitar o outro… Aprendemos, depois de um tempo de terapia de casal, a nos comunicar melhor, e isso foi o maior ganho da nossa relação! Eu queria algo, mas não sabia como dizer, ele tinha uma expectativa, mas não conseguia fazê-la chegar até mim… Nós dois juntos às vezes não nos entediamos mutuamente e tudo virava uma grande confusão! “Tivemos noites de vendavais e em noites de vendavais, o dia demora a chegar” – música que muitas vezes falou para mim o que estava buscando!
Nós fomos aprendendo a sermos nós na relação, na convivência, na realidade, na quebra do ideal, no choro de madrugada que corta o coração, na raiva que nos invade e parece que vamos cometer um crime passional (risos). Mas, também, aprendemos a sermos dois nas risadas, no companheirismo, junto com os amigos, nas viagens que fizemos, no dia a dia na nossa casa!
E, fico feliz por ter passado os piores e os melhores anos da minha vida ao lado dele, fico orgulhosa de ter conseguido construir e reconstruir essa relação, hoje eu me imagino bem velhinha ao lado dele (coisa que há um tempo atrás não era possível).
Dizem por aí que o segredo é a alma do negócio… Mas, acredito que a ALMA é o segredo do negócio. Doe-se, busque novas formas de enxergar o outro, desprenda-se daquilo que você aprendeu como padrão de uma relação, crie e reinvente a sua relação e o melhor: não olhe só para o outro, olhe para você também!! Muitas vezes achamos que o problema está no outro e poucas vezes olhamos para nós mesmas. Olhar para nós é buscarmos nos compreender em um novo patamar de relação. Uma relação que se transforma, se recria e renasce a cada dia de convivência com o outro, pois seguindo a máxima de Carl Gustav Jung (um grande ícone da psicologia) “quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta!”.
Por Marília Fracco